22/01/2015

O dilema das gerações

Tenho refletido muito sobre as mudanças que desejamos fazer em nossas vidas e o quanto tais mudanças trazem medo e insegurança. Eu leio muito sobre as tais frustrações da "geração Y", que sonhavam com um mundo perfeito mas se depararam com as inerentes insatisfações do mundo real. Mas, ao passo em que não podemos idealizar o mundo cor-de-rosa da geração Y, questiono por que muita gente - a chamada "geração X" - acha que temos que viver em empregos ruins, conformado com a rotina simplesmente pq "em todo lugar você tem que engolir sapo" ou "emprego é só pra te dar dinheiro para vc aproveitar a vida nas horas de lazer e viajar nas férias".

Entendo que precisa existir um meio-termo entre essas gerações, que seria aonde me encaixo. Não penso cor-de-rosa como a galera Y mas tb não acho que tenho que ter um emprego rotineiro só por ter, como a galera X. Penso que é possível, sim, você fazer o que você gosta, com qualidade de vida, ainda que isso represente ganhar pouco. Mas também acho que é possível ser um empreendedor, trabalhar muito, ganhar muito e ser feliz assim.

Vivemos numa época em que o status social continua sendo mto importante. Eu posso estar extremamente infeliz com minha rotina, levantar me arrastando da cama todos os dias e com quadro depressivo mas se trabalho em um bom escritório, ok, a família está feliz e os amigos me admiram. Se eu ousar mudar o rumo, batalhar por conta própria, aguentar um tempo sem muita grana até me estruturar de outra forma, todos vão recriminar, como se eu fosse uma camicase irresponsável que não pensa no futuro. Mas que futuro? Pq temos que passar a vida pensando na velhice quando sequer sabemos quando iremos partir? Pq tentar uma vida boa "nesse momento agora" é um crime? Tenho algumas hipóteses: (i) se vc resolveu se aventurar, vc levou uma preocupação a mais para sua família. Eles tem medo do futuro, logo, se preocupam se vc irá morrer de fome um dia e se vai sobrar pra eles algum problema decorrente dessa sua decisão (ex.: sustentar vc); (ii) eles vivem de status e não entendem pq uma pessoa pode querer fugir disso - falta de empatia, no caso. Quando a gente tenta entender os sentimentos e frustrações do outro, temos uma maior tolerância com as decisões dele; (iii) eles não tem coragem de arriscar o status, o conforto, a falsa segurança para mudar o rumo. E se der errado? Eu penso que, se der errado, deu, ué, e eu acerto o rumo mais uma vez. Simples assim.

Eu tenho uma profissão que me dá liberdade para trabalhar de muitos jeitos e em muitos lugares. Não tenho mais paciência para uma rotina de escritório. Essa coisa de ter horário para chegar e sair; atividades rotineiras; ter que pedir tudo pros chefes - mesmo qnd vc sabe q está tudo ok e pode faltar; ter que tomar decisões não baseadas no que você deseja mas no que os outros - colegas e chefes - vão pensar: um corte de cabelo novo, uma unha numa cor diferente, a decisão de engravidar sem ter que ficar combinando com as demais mulheres, etc, enfim, tudo que gira em torno de um emprego convencional me cansa... Não me cansava mas hoje cansa. Pode ser que algum dia eu retome o gosto - aquela história de estar sempre acertando o rumo - mas hoje cansa. E, hoje, é necessário que eu decida o que fazer para mudar isso.

Não é fácil e dá medo. Largar o certo pelo duvidoso coloca frio na barriga em qualquer um. Estou preparada para muitas críticas mas estou decidida a arriscar. Se der errado, eu procuro outro emprego, eu corro atrás. Tenho gostado de uma frase que diz: "não tenho compromisso com o erro; volto atrás sempre que necessário". Eu penso que a vida não "tem que" ser um traçado perfeito, com tudo planejado desde que nascemos até quando morrermos. Acredito que deve ser bom para muitas pessoas esse planejamento milimétrico mas eu não consigo me encaixar em algo do gênero. Acredito que mudar as rotas torna a vida mais interessante. E por isso que é bom quando entendemos que as pessoas são diferentes, que tem anseios diferentes. O que é ruim hoje para mim é bom para mta gente. Ou seja, a situação em si não é o problema mas, sim, quem está no controle dela. Por isso que estou aprendendo a não criticar tanto as escolhas alheias. Cada um sabe onde seu calo aperta.

Hoje eu preciso de tempo para colocar em prática diversos planos e projetos. Preciso de tempo para estudar e me capacitar. Preciso de tempo para conhecer gente nova que vai me agregar ideias novas. Preciso de tempo para me desenvolver como ser humano. E dinheiro não compra tempo, infelizmente. E tempo não volta mais.

Eu prefiro mudar milhões de vezes a ser uma frustrada eterna. Eu prefiro arriscar e mudar rotas a pensar no que poderia ter acontecido se eu, afinal, tivesse perdido o medo e mudado as rotas. Essa sou eu e quem quiser que me aceite. 

18/01/2015

Motivação

Você percebe quando algo te motiva quando é capaz de passar horas a fio se dedicando a ele sem sentir o tempo passar e buscando a excelência no que faz. É atrás disso que eu estou. Atrás de algo que verdadeiramente me motive profissionalmente e pessoalmente, que me faça não sentir o correr das horas e me incentive a melhorar sempre. E acho que eu finalmente me encontrei.

Meu maior medo é ser uma eterna frustrada. De viver em busca de algo que nunca vou encontrar. Mas eu estou preparada para os momentos de desânimo que sei que vão aparecer neste novo caminho. Mas sinto que trabalhar com educação vai me tornar uma pessoa melhor.

A novidade é que começo em março uma nova graduação: Pedagogia. Todos aqueles com quem comentei disseram que sou louca mas serei uma louca feliz. hahahaha Pode ser que não seja nada disso e meu caminho seja direcionado para outra coisa mas hoje é o que tenho no meu coração e só vou saber se arriscar. E eu sei que Deus não me deu uma personalidade forte e de "botar a cara a tapa" à toa. Eu creio que esse rumo nasceu primeiro no coração de Deus e Ele tem me inspirado, tem me dado coragem. É assim que tenho entendido mas não tenho compromisso com o erro: volto atrás no que for necessário, quantas vezes for necessário.

Virei o ano já nessa certeza de me envolver com educação. De retomar meu compromisso com a obra de Deus, de buscar formas de realização profissional, de mudar a vida das pessoas. Eu sei que eu posso fazer isso, Deus me dá essa capacidade. No último domingo, depois de algum tempo sem ir a uma igreja, fui a uma que é perto da minha casa. Ao ler o boletim, me deparei com um curso de capacitação para alfabetizar jovens e adultos. Busquei informações com a responsável pelo curso e ontem eu estava lá, iniciando mais uma etapa.

Como é gratificante ser responsável por ajudar na transformação da vida de alguém. Já sinto o peso da responsabilidade de ser uma professora, de ter que ter um compromisso de tolerância, respeito e cuidado com esses futuros alunos, que ainda não conheço. Como eu me apaixonei pelo método, como me assustei com o alto índice de pessoas analfabetas do Rio de Janeiro. E como eu quero marcar a vida dessas pessoas mostrando a elas que sim, elas podem! :)

A educação no Brasil é extremamente preocupante e todo mundo sabe disso. O governo nada faz mas entendo que também somos responsáveis e não apenas pela educação dos nossos filhos. Creio que Deus capacita a todos nós para fazermos a diferença. A questão é que somos todos ainda muito egoístas. E foi essa visão de egoísmo que me fez querer mudar o rumo da minha vida. Eu não nasci para viver em torno do meu umbigo e do umbigo da minha família. Eu nasci para ser agente de transformação aonde quer que eu vá. Mas para isso preciso entender qual é a minha missão. Entender para onde Deus quer me direcionar e essa resposta varia de pessoa para pessoa. Entenda qual o seu chamado e invista nele, com todas as dores e renúncias que ele trará. Tenho certeza que a recompensa será colhida na eternidade. 

Indicação do Dia - Lu Lachance

     Conheci a Lu Lachance pelo Instagram e ela é dos poucos perfis que eu gosto de acompanhar com frequência.  Gosto da visão de mundo que ...